Anti-exibicionismo

Uma das coisas que eu sempre ouvi falar desde que cá cheguei mas que me custava a entender do que se tratava era a lei de Jante ou Janteloven.
Foi uma lei inspirada no modo de vida dos Dinamarqueses do séculoXX e dizem que orienta a mentalidade nórdica no geral:
Os fundamentos da lei sao:

1.You shall not believe that you are somebody.
2.You shall not believe that you are as worthy as us.
3.You shall not believe that you are any wiser than us.
4.You shall not imagine that you are any better than us.
5.You shall not believe that you know anything more than us.
6.You shall not believe that you are more than us.
7.You shall not believe that you are good at anything.
8.You shall not laugh at us.
9.You shall not believe that anyone cares about you!
10.You shall not believe that you can teach us anything!

Aksel SANDEMOSE 1899—1965 (Escritor Dinamarquês)

Bem, uma pessoa só de ler isto sente-se logo uma poeira do universo... Uma coisa insignificante e sem importância nenhuma. Não gosto.
Mas ao mesmo tempo reconheço que há coisas na mentalidade dos Dinamarqueses que são boas e vê-se que são inspiradas nesta ideia "não deves pensar que és mais que os outros".
Por exemplo, a relação entre pessoas de diferentes hierarquias. Ninguém está no seu pedestal inacessível e inatingível. Cada pessoa tem o seu lugar e importância. Por isso no meu laboratório as empregadas da limpeza podem e mandam e ninguém abusa do poder para nada...

Mas esta mentalidade pode ser má principalmente na educação das crianças. A minha Prof.De Dinamarquês disse que chegava a ser ao ponto de ninguém elogiar os miúdos quando eles tentam fazer alguma coisa para que eles não fiquem convencidos e para não pensarem que são os maiores.
Pois por isso é que ninguém me elogia quando eu tento o meu esforçado Dinamarquês. Sacanas!!

Low profile é a palavra de ordem! Não querem cá pessoas a dizer que são os maiores e que podem e sabem.
Mas agora as coisas tendem a mudar, e ainda bem. Senão fica uma sociedade de medíocres. E que mal tem em dizer que eu sou bom nisto ou naquilo. Reconhecer as suas qualidades é melhor do que ser o eterno humilde que não quer que dêem por ele.