quinta-feira, março 30, 2006

Nunca expliquem o que é uma canja...


Esta semana estou tal e qual uma enfermeira dedicada.
A doente não sou eu, mas fui eu que acabei por comer canja a semana toda.
Em vez de pronunciar as palavras mágicas "Come que faz bem!" fui responder às perguntas inquisidoras:
- O que é?
- É uma sopa feita da água de cozer galinha com caldos Knorr e com arroz a boiar.

GRANDE ERRO = Agora quem come a canja sou eu

Caramba, esta nação nunca comeu uma canjinha? Não sabem o que é bom e o que cura tudo...

domingo, março 26, 2006

doi-me tudo


Já cá estou há mais de dois anos mas só este fim-de-semana me decidi a experimentar a dor de um corpo dorido, esmagado e alterado devido a umas botas apertadas e umas tábuas deslizantes nos pés.
Aquilo o que me fez lembrar foi um parque aquático: Tudo contente em filinha à espera de deslizar dali para baixo, uns miúdos giros e bronzeados a dizer quando é que podíamos ir: Tal e qual o Slide and Splash, a alegria do meu verão.
As primeiras horas foram passadas na pista dos putos com indianos crianças e eu, a tentar dominar a técnica da travagem. Mas o que eles não explicam é que aquela é a pior pista de todas para uma pessoa aprender. Isto porque está repleta de obstáculos. O miudinho que decidiu cair e ficar na pista a fazer birra, o pai babado a tirar uma foto mesmo no meio do meu percurso ou um simples grupo de praticantes distraídos a conversar no meio de tudo. Tudo alvos a abater pelos meus skis assassinos.
Quando se está prestes a desistir... a ficar no café a ler um livro e aproveitar o solinho bom, há qualquer resto de masoquismo que nos faz continuar e tentar mais uma vez. Fiz um upgrade para a próxima pista e pronto, sem tantos obstáculos e com um elevador muito melhor pude dar largas às minhas descidas.
No fim do dia, lá me esparramei aos pés de umas chinesinhas e aí desisti.
Para o ano há mais.

terça-feira, março 21, 2006

ir para ver


"O ás cegas nao é um blog qualquer, nem um blog igual aos outros, ou pelo menos quero acreditar que nao... é um blog criado com 3 meninas que um dia perceberam que as suas vidas nao se iam resumir ao quartinho na casa dos pais, à rua onde sempre brincaram, à comidinha sempre preparada por outros, à caminha sempre feita... e muito menos à cidade que sempre chamaram sua...

o ás cegas é a historia, os pensamentos, as sensaçoes, os sonhos de quem um dia deixou para tràs o que mais adora, que passou a viver com memórias e recordaçoes de algo que lhe faz falta... de quem descobriu que o mundo é bem maior...
mas que no fundo sabe que o coraçao pertence sempre a um lugar mais distante...
é um espaço aberto... aberto a quem o quiser preencher, a quem quiser partilhar, a quem gostar de saber... viva ou nao em "casa", fora ou dentro de portugal, ame ou nao lisboa... é um lugar para qualquer experiencia.

espero que o leiam, que o usem, que o preencham de historias, de contos, de sonhos e de tantas outras manifestaçoes de saudade, alegria, tristeza, paixao, amor, rancor... em relaçao à vossa propria cegueira com que fazem por vezes as coisas mais simples da vida..."
By Bikuka

sábado, março 18, 2006

Oh para mim a dominar a língua:


Anda aqui uma música dinamarquesa que dá a toda a hora na rádio e é cantada por umas estrelas pop.
Eu com o meu elevado entender de Dinamarquês, ouvi e percebi logo do que é que se tratava:
O refrão que repete até à exaustão é “A primeira namorada do mês”
Bem, eu tirei logo as minhas conclusões: estes Dinamarqueses são mesmo superficiais... como é que é possível... a fazerem uma música a incentivar à promiscuidade!! Até contei aos estudantes que nao falam Dinamarquês lá do meu laboratório. A minha língua viperina a encarregar-se de espalhar a minha descoberta.

Hoje ao ler o jornal Copenhagen Post (em Inglês): TV2 ganham muitos prémios nos Danish Music Awards com a sua música “The first lovers on the moon”

Ah!! Afinal é isso. Que romântico...

Mas vejam lá se não é parecido:

“De første kærester på Måned” – As primeiras namoradas do mês

“ De første kærester på Månen” – Os primeiros namorados na lua

Fazem palavras tão parecidas... olha... sujeitam-se aos meus julgamentos imediatos

quarta-feira, março 15, 2006

Ponto de equilibrio

Uns - Trabalho melhor quando estou stressado...
Outros - Que sorte! Eu cá SÓ trabalho se estou stressado.

Eu - Stresse a mais - paraliza-me
- Sem stress - relaxa-me demasiado

O ponto de equilibrio é extremamente instável e a produtividade tende para zero.

terça-feira, março 14, 2006

Devaneios de um domingo de manhã ou leva-me contigo e vamos para Lisboa

O Sol brilha e entra-me pelo cérebro adentro.
Acorda Acorda, o sol brilha lá fora... não vais ficar em casa.

10h - Pequeno-almoço gostoso - sozinha
10h30 - T. Acorda! Ummmhhh
11h30 – A actividade na casa limita-se ao meu trombudo lavar de pratos ruidoso.
12h30 – A actividade na casa limita-se ao meu deitar fumo pelas orelhas por ter um corpo inanimado no quarto.
13h00 – A campainha toca: Ah mais um rapaz giro daqueles que vêm pedir para igreja:

Ele – És Portuguesa?
Eu – ?!?! Como?!?
Ele – vi pelo nome na porta.
Eu – és Brasileiro? (o rapaz além de ser um regalo visual, nem se percebia que era estrangeiro)
Ele – Não, sou daqui mas vivi o ano passado em Lisboa.
Eu - Ah que giro...
Ele – tchau!
Eu - tchau...

E agora penso eu, porque é que aquela conversa de beira de escada que tinha tanto potencial foi tão curta:
Hipótese 1 - Ele ainda estava traumatizado com o tempo que uma conversa ocasional pode durar em Portugal = Um vizinho 5 minutos, a senhora do supermercado 10 minutos, um encontro ocasional com um conhecido 15 minutos = e pôs-se ali a mexer antes que aquilo desenvolvesse...
Hipótese 2 – Ele é nórdico e sempre o será o que quer dizer: Eficiência Eficiência Eficiência, não aprendeu com o estágio em terras da qualidade de vida e acha que até trabalho de voluntariado tem de ser expoenciado ao máximo.
Hipótese 3 - Ele percebeu pelos meus olhos brilhantes e rosto rosado que eu tinha ficado encantada com aquele presente matinal.

A seguir fui acordar o T. e dizer que se ele não se levantasse NAQUELE momento eu ia atrás do rapaz: giro, activo de manhã, que faz alguma coisa para melhorar o mundo que falava Português, e que já tinha vivido em Lisboa.
Remédio Santo!

domingo, março 12, 2006

Reality Sunday


É surreal o número de reality shows que a televisão Dinamarquesa tem.
Eles não fazem novelas nem muitas séries Dinamarquesas. Então enchem a programação com reality shows americanos e dinamarqueses.
- 2 Famílias que trocam de mulher por umas semanas a ver o que dá.
- Casas renovadas, do chão ao tecto.
- Equipas de buisness people competem por desafios que o Donald Trump lhes propõe e no fim despedem sempre um da equipe vencida.
- A beldade e o Nurd. Este é muito cómico: juntam miúdas muito loiras com nurds de várias espécies: de computadores, de física, de astronomia e até um birdwatcher... e depois cada um tem diferentes tarefas. As beldades acabam sempre por dizer que os nurds afinal até são boas pessoas. Dahhhh
- Hotel Paradise
Mas do pior de todos, vi um bocado no outro dia: Filmagens no serviço de estrangeiros e fronteiras no aeroporto da Austrália.
Em que as pessoas querem entrar para o país e depois avaliam os diferentes casos, a maioria são recambiados para o país de origem sem apelo nem agravo.
É tão estúpido ver ali a humilhação e o desespero das pessoas que acabaram de perder uma fortuna num voo sem poderem cumprir os seus objectivos. Qual é o interesse de um programa daqueles?! Será uma campanha da Austrália para que ninguém pense sequer em ir para lá?

quarta-feira, março 08, 2006

À procura de inspiração


O brilho nos olhos vai abrandar de ritmo...
Vou escrever mais raramente e só de vez em quando.
Dou por mim a escrever só por escrever e não quero.
Apenas um aviso aos leitores mais exigentes.
Até para a semana!

segunda-feira, março 06, 2006

Uma Flôr e um Pintassilgo


Isto de reencontrar amigos da primária tem que se lhe diga! é do melhor que há...
Num dia, companheiras de cola peganhenta, e noutro descubro que ela faz estas coisas bonitas.

Esta gente não liga aos óscares...

Eu excitadinha da silva a chegar ao computador pela manha para ver quem ganhou, a perguntar aos meus colegas se já sabiam... e nada. Ninguém queria saber...
Pelo menos os do meu laboratório não vêm nem ligam.
Que estranho. Eu sempre falei disso todos os anos, sempre tentava ver os filmes que estavam nomeados e quase toda a gente em Portugal falava disso: do miúdo ao graúdo...
Que turn-off...
Aqui vai a minha vencedora favorita:


Por isso é que eu ando com um desejo inconsciente de pintar as unhas de vermelho :-)

domingo, março 05, 2006

Surviving...

O G. é um personagem do meu laboratório. O mais relaxado membro que podíamos ter adquirido. E que lufada de ar fresco! Há que intercalar o excesso de eficiência nórdica com os bons vivants africanos que nos vão aparecendo.
O G. bate os meus recordes de parlapiê telefónico. Eu e ele competimos pelo telefone do laboratório... aquele em que ninguém nos olha de lado por estarmos a baralhar a concentração.
Vem dos Camarões, e este frio mata-o.
Descobriu a sua comunidade camaronesa aqui e é quem tem a vida social mais agitada, mas mesmo assim sempre que alguém lhe pergunta:

- So how are you?
- Surviving...

O G. é do tipo de passar no frigorifico, encontrar um cervejinha e sentar-se na cozinha a relaxar e beber em pleno expediente.

O melhor de tudo é quando lhe perguntamos sobre namoradas:
- bem... tem algumas... descai-se... Fica tudo escandalizado a querer saber mais. E depois ele escapa-se à pergunta vindo com explicações metaforizadas em que fala de ovos e carregar ovos... Bem, uma pessoa não pode só ter um ovo, porque quando o transporta pode-se partir. Então o melhor é ter ovos espalhados por vários sítios para ter a certeza que pelo menos um se escapa.
Tem pai que é cego!
Tudo isto para introduzir este texto a não perder: Homo Africanus Sexualis

Momento de Loira do fim de semana


Ver filmes com orientais é difícil... É quase impossível decorar as caras das personagens. Quem é quem?! E quando decidem fazer flashbacks? A confusão toma conta do tico e do teco.
Dah...
Bem, mas aí está um exemplo de que a alta expectativa não destruiu a experiência. Grande filme! = oldboy

quinta-feira, março 02, 2006

Anti-exibicionismo II

Hoje numa reunião com o Big boss:
A- O M. (Pós Doc) teve aqui uma ideia
M- Não... quer dizer, não fui eu... isto veio de uma longa troca de mails entre mim e A (tb pós doc)
A- Mas a ideia final foi tua...
M- Sorrisinho tímido bem...

Possas pá... se quiserem eu não me importo de dizer que essa ideia genial foi minha, caramba!
O que eu oiço é que os pós docs são do mais competitivo que há... mas estes competem por pôr os louros no outro... Eh eh.