sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Polémica - Parte II


Hoje telefonei a um amigo muçulmano que conheci na Grécia porque estudava no meu instituto. Ele vive aqui na Dinamarca está a fazer o doutoramento em engenharia alimentar.
Queria ouvir o seu lado de tudo o que se está a passar.

Na sua opinião, o sucedido tinha ofendido verdadeiramente toda a comunidade muçulmana ao comparar Maomé a um terrorista. As pessoas ficaram tristes e principalmente surpreendidas. Porque a Dinamarca sempre foi considerada um país amigo, neutro e sensato no que respeita a política internacional e abertura de espírito para outras crenças e valores. Ele disse que não teria havido tamanha reacção se tivesse vindo dos Israelitas, ou dos Americanos, porque isso já seria de esperar.
Realçou que a maioria da população tinha reagido contra a Dinamarca não comprando os seus produtos. E isso é uma atitude pacífica e ao mesmo tempo influente.
Assim fossem tão eficazes os boicotes que se tentaram fazer aos produtos Americanos quando eles quiseram começar a guerra no Iraque.

As atitudes de ameaças de bombas e terrorismos são vindas dos mesmos grupos de fundamentalistas que sempre o fazem por esta ou aquela razão, e não representam de maneira nenhuma toda a população muçulmana.
Há sempre extremistas de um e outro lado.

Lembrou-me também que sempre que há episódios de sátira ou tentativas de diminuir o desastre que foi o Holocausto, vêm logo membros da comunidade Judeia, ou mesmo de vários governos chamar à atenção e apelidar os responsáveis de anti-semitas.
O que é verdade... e se desprezar a morte de milhões de pessoas é mais gravoso que ofender o profeta mais sagrado de outros, isso cada um é que decide o que o ofende mais.

Em Inglaterra a rainha fez uma declaração anteriormente quando houve outras polémicas dizendo que as religiões eram protegidas pela coroa e que ninguém tinha o direito de os ofender.

Por fim argumentei que este episódio só iria trazer um maior afastamento entre os dois mundos, o que é sempre de lamentar. Ao que ele respondeu que acha que irá ser exactamente o contrário. Quanto maior o conhecimento e o respeito mútuo melhor será a relação entre os países no futuro.

A verdade é que a maioria do mundo ocidental só conhece o Islão pelos actos terroristas e pelo desrespeito dos direitos das mulheres.
É verdade que em relação a muita coisa a cultura muçulmana ainda é muito medieval. Mas não em todos os países, e não é chocando a cultura deles e impondo a nossa que as coisas vão melhorar.

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