domingo, janeiro 30, 2005

Somos os Maiores


Aqui a Dinamarca em eleicoes é interessante de se ver. Uma das maiores polémicas é sobre o crescente racismo que o país tem estado a assistir tanto nas medidas políticas tomadas pelo presidente liberal, como nas opinioes generalizadas pelas classes menos intelectuais. O País é pequeno e cheio de pequenas tradicoes muito importantes para a tranquilidade dos seus habitantes. De repente, a ameaca de tanta gente diferente baralha os neurónios mais assentes, ainda por cima há muitos muculmanos que mesmo que sejam poucos, sao notados em qualquer lado onde andem.
Pois a polémica maior é que o governo impôs uma nova lei que diz que só pode viver com o marido/mulher na Dinamarca quem decidir casar com mais de 24 anos. E depois para virem viver aqui, o casal tem de arranjar emprego para ambos os membros. Senao, nada feito... Isto dizem que é para evitar os casamentos arranjados em que as meninas jovens sao obrigadas a casar com um rapaz que nunca viram, e que está noutro país e assim, pelo casamento, trazer mais gente para viver na Dinamarca.
Parece uma medida revestida de bem... realmente essas miudas já têm a hipótese de viver até aos 24 anos a sua vida e se quiserem, podem revoltar-se contra os pais quando forem mais independentes.
Mas e os outros casos? Nao será interferir demasiadamente com a liberdade das pessoas, decidir o que é melhor para elas. Nao sao os 18 anos a idade de emancipacao social em grande parte do mundo? O objectivo disfarcado é entao diminuir a chegada de novos imigrantes indesejados e causadores de todos os problemas presentes passados e futuros.
Nunca senti assim algum tipo de racismo por ser estrangeira aqui. Embora já tenha ouvido muitas bocas que devo aprender a língua do país onde vivo. Mas agora muita gente se está a aperceber do caminho de xenofobia que o país está a tomar e noto uma certa simpatia pelo estrangeiro, para mostrar que nem todos sao racistas. Ainda ontem um rapaz numa festa me dizia que pronto, eu nao sabia falar Dinamarquês e fazia muito bem se nao quisesse aprender, que cada pessoa era livre, e que era possível viver sem ter que saber a língua. A estrangeira agradece.

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