quinta-feira, novembro 11, 2004

Já nao bastavam os sinais encarnados...

As ilustres caras lindas, excelentes pessoas, maravilhosos amigos que já me deram a alegria duma visita sabem que uma das características principais hilariantes dos Dinamarqueses, é o seu respeito pelo trânsito. Principalmente quando andam a pé. Ora bem, peoes, respeitam temerosamente um sinal encarnado, nao o atravessando em circunstância alguma... Sob pena de serem castigados pela sua própria consciência de cidadao respeitador (ou se calhar pela carteira que acho que há multa...) Resumindo, esteja neve, chuva torrencial ou rajadas de vento (coisa ligeiramente frequente por estas bandas) os ilustres representantes da cidadania Copenhaguense nao atravessam, mesmo que nao seja avistado um veículo motorizado no raio do visível. Impressionante enh? Pois bem, já me deleitei a debater filosofias sobre este acto notável... Até quando é que é aceitável atravessar o encarnado para um peao se a via está livre, e nao é aceitável para um carro na mesma condicao? Na India isso é aceitável, e os conservadores tacanhos somos nós... Mas a conclusao é que no meio está a virtude e Gracas a Deus o Porteguesinho está no meio termo em quase tudo.
Mas o que eu queria mesmo contar é que hoje tudo ultrapassou as marcas da boa cidadania. Aqui a Mafaldinha estava já atrasada para a sua aula de Xinamarquês, em plena hora de ponta, e aqui a ponta é para a bicicleta e nao para o carro. Pois eu estava desviada 20 centimetros, repito 20 cm, da pista das bicicletas, já na via dos carros (bastante mais vazia...). Pois nao é que um belo exemplar viking interrompe a sua conversa ao telemóvel para me esbocar umas palavras no seu emaranhado de estranhas vogais, pensei em tudo, bolas tenho o pneu furado, vai-me dizer que tou linda hoje, isto enquanto peco para me falar em Inglês, ao que ele refere que eu estou na via dos carros, devo ir para a via das bicicletas. Eu esbocei um sorriso e disse, Tak... nao valia a pena argumentar contra anos de cultura de boa cidadania (ao fim de um anos de estar cá já aprendi isso). Mas pensei, ai ai acho que hoje já sei onde vais parar... ao Blogue.
Suspiro suspiro suspiro... isto pode parecer insignificante aos olhos de pessoas que nao vivem embebidos deste espirito de intolerancia e de seguimento das regras... mas para mim, transcende-me. E só penso, como é que é possivel que o Timme (puro viking) se tenha tornado uma pessoa tao diferente (acho que mesmo em Portugal ele seria classificado de preguicoso e de fazer tudo na última...), é mesmo porque nao se pode encontrar um padrao na populacao.

3 comentários:

Maffa disse...

Contei o episódeo ao Timme e ele disse que o senhor foi simpático e que era muito perigoso o que eu estava a fazer. O meu estômago arrepiou-se e a única frase que me martelava o cérebro era: Ele é um deles! Por favor, agora só falta os meus porteguesinhos dizerem que a pista das bicicletas é para ser respeitada, e que a seguranca está acima de tudo...

Rita disse...

LOL, como eu adoro estar em Espanha onde os carros n respeitam semáforos e os peoes, muito menos. Onde é td uma selva... ao menos n ouço esse tipo de coisas, eheheh ; ) sao as diferenças culturais. Acho um piadao!!

Anónimo disse...

Deixa la'... Aqui em Bxl tambem e' quase assim !
B-jokas,
TM